Essa escassez afeta diretamente o crescimento das empresas, a inovação e o avanço de setores estratégicos, como inteligência artificial, segurança da informação e computação em nuvem.
O problema é global, mas no Brasil ele ganha contornos ainda mais urgentes, especialmente em polos como Porto Alegre, onde o setor cresce mais rápido do que a capacidade local de formação.
A boa notícia é que há movimentos reais buscando mudar esse cenário. Iniciativas como a +praTi e a SUCESU-RS vêm unindo esforços de empresas, educadores e instituições para formar novos profissionais e ampliar o acesso à educação tecnológica.
O desafio da escassez de talentos na TI
O Brasil forma cerca de 53 mil profissionais de TI por ano, segundo a Brasscom. No entanto, o mercado demanda mais de 159 mil novos talentos anualmente. A conta não fecha e o resultado é um déficit que ameaça a competitividade das empresas.
Essa lacuna não é apenas numérica. Falta formação prática, orientação profissional e desenvolvimento de habilidades humanas (as chamadas soft skills).
Cristian Cavalheiro, presidente da +praTi, destaca que o grande diferencial está na educação integral, que une técnica e comportamento. “O profissional atual precisa ter fome de aprender, saber se comunicar e entender o mercado real de trabalho”, explica.
Nilson Ayala Queiróz, vice-presidente de Responsabilidade Social da SUCESU-RS, complementa: “Hoje, o diferencial são as soft skills. As empresas precisam olhar o potencial dos jovens e investir em seu desenvolvimento humano e técnico”.
Educação como motor de transformação e formação de talentos na TI
A educação prática e acessível é a base para formar e reter talentos na TI. As experiências da +praTi e da SUCESU-RS mostram que é possível criar oportunidades concretas de transformação social.
Nilson ressalta o papel das mentorias e do engajamento comunitário: “Elas ajudam os jovens a entender suas potencialidades e se prepararem para o mercado de forma mais confiante”.
Cristian reforça o caráter social da iniciativa: “Recebemos pessoas que querem evoluir profissionalmente e, por consequência, em suas vidas. Somos o veículo para que elas cresçam, e isso também fortalece nossas empresas”.
Essas práticas demonstram que a formação tecnológica precisa estar aliada a propósito e inclusão, valorizando a diversidade e incentivando a participação de grupos subrepresentados, como mulheres e pessoas em transição de carreira.
Competências do futuro na tecnologia e na geração de talentos da TI
O avanço da inteligência artificial e da automação está redefinindo o perfil do profissional de TI. Segundo Cristian, “a revolução tecnológica exige atualização constante. O desafio é aprender a usar a tecnologia da melhor forma, com ética e responsabilidade”.
Para Nilson, o equilíbrio é essencial: “Não podemos ser escravizados pela tecnologia. É preciso investir também em crescimento pessoal, leitura e relacionamentos interpessoais”.
Além do conhecimento técnico, o mercado valoriza competências como:
- Pensamento crítico e resolução de problemas
- Trabalho em equipe e comunicação
- Adaptabilidade e aprendizado contínuo
- Domínio do inglês e das ferramentas digitais
Como as empresas podem fazer parte da mudança e formar talentos na TI
Empresas e profissionais podem se engajar em iniciativas que ampliem o acesso à educação tecnológica e fortaleçam o ecossistema de inovação.
Cristian reforça: “Comece agora sua participação no social, não espere precisar do setor para agir”.
Já Nilson convida: “Todo profissional de TI pode nos procurar. Queremos transformar o Pão dos Pobres em um hub de inovação em responsabilidade social, com foco em tecnologia e inclusão”.
Esses movimentos mostram que, quando empresas se unem em torno de um propósito comum, é possível gerar oportunidades, diversidade e impacto positivo.
O futuro da tecnologia no Brasil depende da nossa capacidade de formar, atrair e reter talentos na TI. A educação é o elo entre oportunidade e transformação social, e iniciativas colaborativas são o caminho para um ecossistema mais inclusivo e inovador.
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